Todos nós, ao menos uma vez na vida, já ouvimos falar
dele. Alguns não deram bola, mas tenho certeza que muitos gostariam de
saber um pouco mais sobre aquele que foi considerado o primeiro
assassino serial do mundo moderno. Já se passaram 123 anos desde seu
primeiro ataque e ainda não sabemos de fato a identidade do criminoso.
Miss Murder
Meados do século XIX. Imigrantes vindos da Irlanda, Rússia e
leste europeu aumentou a população da Inglaterra e, consequentemente, a
subclasse econômica. Na metade final do ano de 1888 a fome e a miséria
fizeram com que fossem contabilizadas cerca de 1200 prostitutas,
divididas em 62 prostíbulos. No mesmo período, Jack, o estripador,
começou a matar.
A Polícia Metropolitana investigava onze assassinatos que
ocorreram entre 3 de abril de 1888 e 13 de fevereiro de 1891. Dentre os
onze, apenas cinco foram reconhecidos como de Jack.
Primeira vítima: Mary
Ann Nichols, também conhecida por Polly, foi assassinada em uma
sexta-feira, aos 31 dias do mês de agosto, e encontrada em um terreno
que ficava em frente a um estábulo por volta das 3:40 AM. Apresentava
dois cortes de orelha a orelha até a coluna vertebral, diversas incisões
no abdômen, três ou quatro cortes similares do lado direito e a parte
posterior de seu abdômen fora parcialmente arrancada. Aparentemente,
todos os ferimentos haviam sido causados pela mesma faca.
Segunda vítima: oito
dias depois, em um sábado, Annie Chapman (Dark Annie) foi assassinada e
seu corpo encontrado por volta das 6:00 AM no quintal de uma casa. A
cabeça estava praticamente separada do corpo e o abdômen fora novamente
aberto. O útero havia sido removido. A polícia chegou a conclusão de que
a arma do crime fora a mesma utilizada no assassinato de Polly (punhal
medindo entre 15 e 25 cm e tinha 2,5 cm de largura) e que o assassino
tinha conhecimentos de anatomia.
Terceira vítima: vinte
e dois dias depois, Elizabeth Stride (Long Liz) foi encontrada morta na
rua, banhada por quase dois litros de sangue. A causa da morte foi
perda excessiva de sangue. No pescoço havia uma incisão direta. Nenhuma
mutilação no abdômen, o que fez com que a polícia tivesse incerteza na
identidade do assassino e suspeitassem que, se foi realmente Jack, ele
havia sido interrompido.
Quarta vítima: na
mesma noite do terceiro assassinato, o corpo de Catherine Eddowes foi
encontrado na cidade de Londres. A garganta fora cortada do mesmo modo
que nos dois primeiros assassínios e o abdômen aberto com um corte
profundo e irregular. Um outro corte subia do reto ao esterno, uma parte
da orelha direita e a extremidade do nariz haviam sido removidas. Um
rastro de sangue levava até uma porta onde fora escrito com giz: Os judeus não são culpados de nada.
Quinta vítima: aos
nove dias do mês de novembro de 1888, o corpo mutilado de Mary Jane
Kelly foi descoberto por um cobrador, um pouco depois das 10:45 AM, na
cama do quarto onde vivia. A garganta fora cortada até a coluna
vertebral, o rosto estava irreconhecível, o abdômen fora aberto e estava
quase sem órgãos. Até mesmo seu coração foi levado.
Durante
o período dos assassinatos, a polícia e os jornais receberam diversas
cartas de cidadãos com boas intenções. Receberam também as cartas de um
indivíduo que assumia a autoria dos homicídios e identificava-se como
Jack, o estripador. A maioria das cartas, senão todas, eram consideradas
falsas. Apenas três delas são consideradas, por alguns, autênticas.
A carta ao “Caro Chefe” foi encaminhada primeiramente para a Agência
Central de Notícias e em seguida para a Sctland Yard. Inicialmente era
considerada uma fraude, mas a polícia voltou atrás quando o corpo de
Eddowes foi encontrado sem uma parte da orelha, conforme prometia a
carta. Publicou-se então tal carta, a fim de que alguém recnhecesse a
grafia. O resultado foi uma onde de cartas falsas.
Depois veio o cartão postal do “Insolente Jack”, que era similar à
primeira carta e mencionava as duas vítimas mortas na mesma noite. Foi
aceita a hipótese de a carta ter sido escrita antes da divulgação do
evento duplo, embora ela tenha sido carimbada cerca de 24 horas depois,
quando a midia já tiha conhecimento do fato.
“Do Inferno” foi a terceira carta enviada e, com ela, metade de um rim
humano que havia sido conservado em álcool etílico. Mais tarde um médico
afirmou que era provável que o rim fosse de Eddowes. Na carta, o autor
afirma ter fritado e comido a outra metade do rim.
Muitos foram os suspeitos, os principais foram um médico russo com
tendências homicidas, um judeu polaco que nutria um ódio por mulheres e
um advogado depravado. No entanto, até hoje desconhecemos a identidade
do assassino.
Filme: From hell
Em 1888, Frederick Abberline
(Johnny Depp), um inspetor da polícia, deve desvendar uma série de
assassinatos em série contra prostitutas; casos que podem ter ligação
com o temido Jack, o estripador.
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